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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Jornalinho Espirita: Como é uma Reunião Espírita

O Jornalinho Espirita: Como é uma Reunião Espírita: "Os que desconhecem o Espiritismo, ficam a imaginar coisas e muitas vezes curiosos em saber como é uma reunião espírita. Que força move os es..."

FALANDO DE PONTES


Shaharah bridge - Yemen


Há pessoas nesta nossa vida que são especialistas em destruir pontes.
Não são afeitas à área de engenharia, nem tampouco estou me referindo às pontes em ferro e concreto.
Falo das pontes afetivas que a duras penas construímos ao longo de nossa jornada nestes caminhos da vida.
Construir uma ponte é trabalho grande, difícil, mas prazeroso.
Começamos a construção quando conhecemos alguém que nos toca o coração.
Passamos a dedicar a tal pessoa uma boa dose de nosso afeto, de nossos cuidados, de nosso tempo e até um cantinho onde colocamos seu nome no altar de nossas preocupações.
Em nossas preces o nome dessa pessoa está presente, junto ao de nossos filhos e demais entes queridos.
Dia-a-dia vamos adicionando mais um detalhe que ligará nosso coração ao coração daquela pessoinha que está na outra ponta.
A cada nascer do sol procuramos solidificar a amizade, para que seja duradoura e nos acompanhe além da morte, pois quando temos amigos que realmente nos amam, não morremos, vivemos em suas lembranças e nas saudades que sentem de nós.
Assim como há pessoas que procuram exercitar para que mais e mais pontes sejam erguidas, há outras que, assim que ultrapassam as dificuldades que faziam com que nos buscassem, dinamitam a ponte que construímos com tanto cuidado.
Vão-se embora sem nem ao menos olhar para trás.
Ficamos vendo os restos de amizade, companheirismo e carinhos despencando precipício abaixo e nem sempre sabemos por que fomos descartadas.
Se bem que temos a impressão de que fomos por não sermos mais necessárias, por não oferecermos mais nada que elas necessitem para seguir seus rumos em direção a um apex qualquer, determinado como objetivo de vida e pelo qual lutam até à morte.
Determinaram que nunca mais em suas vidas precisarão de nós...
Não somos mais necessários...somos descartáveis.
É assim que somos classificados agora.
Ficamos do lado de cá do que restou da ponte.
Sentimos falta do complemento perdido como se ele fosse visceral.
Sabemos construir pontes, mantê-las firmes sob qualquer intempérie que a mãe natureza resolva enviar,mas somos impotentes para lidar com a natureza humana e sua gama interminável de falhas.
Ficamos contemplando aquela pessoa que se vai, pisando firme, olhos duros, postos no horizonte.
O que será que poderá encontrar lá que justifique o abandono de que fomos vítimas?
Será que o que lá existe não poderá ser exibido para o amigo verdadeiro que foi vilmente afastado de sua vida?
Vilania, sim é a prática da vilania sendo exercitada em toda a sua (in)glória.
Quando pobre, sofrido, calejado pelo infortúnio que diuturnamente batia à sua porta, encontrou em nós abrigo, cortesia, amizade e carinho... mas agora... agora nada temos a oferecer.
Nossos cuidados supriram suas necessidades e nossa força os colocou de pé... de pé para nos voltar as costas e dinamitar a ponte.
Que nos resta fazer?
Nada mais resta... de nada mais ela precisa, o fraco foi fortalecido, basta-se a si mesmo.
Só nos cabe permanecer olhando, com o coração confrangido, até que ela desapareça numa das curvas do caminho.
Ficaremos um pouco de tempo sozinhos... só um pouco, pois afinal de contas somos gente de primeira e logo o Senhor providenciará para que mais uma pessoa, urgentemente necessitada de nossos préstimos,
nos encontre em parte de sua jornada e teremos que construir mais uma ponte para continuar o caminho.

Obs: Não conhecemos o autor(a)Caso conheçam nos informe.