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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Atitudes

A vida tem a cor que nós pintamos. Pensando bem, cada um de nós, ao fazermos nossas opções, escolhemos caminhos, desenhamos de certa forma o nosso futuro.

A ideia é de que nós vivamos o presente da maneira que melhor nos aprouver, contudo, vamos pavimentando as trilhas do nosso amanhã, vamos construindo o nosso futuro.

Perder tempo com coisas fúteis é problemático. Recompor o que passou faz uma diferença significativa, daí a sentença “podemos matar o tempo, mas ele também nos enterrará”.

Pensando bem estes cuidados são necessários, porque o amanhã chega, quer estejamos preparados ou não. A sabedoria popular inclusive nos ensina “quem não quiser quando pode, quando quiser poderá não poder”.


Os cenários, portanto, precisam de observação continuada. Aquilo que se apresenta a nós deve ser analisado buscando saber se nos será útil ou não, se nos fará mal ou não.

Paulo, o Apóstolo, que tinha a lucidez da razão, nos adverte com sabedoria: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém".

Quis dizer com isso que tudo nos é permitido, mas que a razão nos deve orientar de que nem tudo nos convém.

Do ponto de vista físico, quando comemos ou bebemos algo que nos faz mal, não pensamos no depois, mas o depois é fatal.

Se nosso organismo é frágil a certo tipo de alimento, devemos pensar nas consequências antes de ingeri-lo, mesmo que a nossa vontade diga o contrário.

Perguntemo-nos: E depois? Como será depois?

Não adianta ignorarmos as variações. Nada deixa de existir pelo simples fato do desconhecimento. Fatos há quem diga serem até teimosos, repercutem mesmo quando se tenta ocultá-los. Petrônio Portella (Petrônio Portella Nunes, foi advogado e político brasileiro de atuação destacada na nossa política), ele dizia “ninguém briga com fatos”. Fato é realidade, aconteceu.

A civilização chinesa nos ensina que semear é decisão e responsabilidade de cada um, todavia a colheita é consequência, só se colhe o que se plantou.

No ditado popular: “Quem Planta Vento, Colhe Tempestades”.

Um novo dia amanhece para quem está desperto, atento, procurando descortinar o que é melhor, buscando um posicionamento ideal. A falta de interesse, a decisão que se arrasta, mata qualquer negócio.

A sabedoria popular diz que: Matar um elefante é fácil, difícil é remover o cadáver. Muitas vezes incomoda o resto da vida.

É assim que nossas atitudes devem ser vistas e analisadas, será que ao tomarmos certas decisões, não estaremos matando um elefante como diz o ditado popular.

Meus irmãos, o ser humano é o único dotado de razão, por isso somos chamados de racionais.
Ser racional é raciocinar com sabedoria, é saber discernir, é saber pensar, utilizar o bom senso e a lógica antes de qualquer atitude.

Kardec relaciona isso a Fé, ele diz que a fé deve ser raciocinada e não uma fé cega.

Todavia, boa parte de nós não age com a sabedoria necessária para evitar problemas e dissabores perfeitamente evitáveis.
Costumeiramente, agimos antes e pensamos depois, e na maioria das vezes, tardiamente, quando percebemos que os resultados da nossa ação nos infelicitam.

Se tivermos vontade de fazer uso de drogas, por exemplo, sejam elas socialmente aceitas ou não, pensemos no antes e no depois. Será que suportaremos corajosamente as enfermidades decorrentes desses vícios? Ou será um preço muito alto por alguns momentos de satisfação?

Quando sentimos vontade de usar o nosso cartão de crédito, pela facilidade que ele nos oferece, costumamos pensar no depois? Pensar em como vamos pagar a conta? É claro que não, simplesmente agimos por impulso e compramos.

Assim as nossas prateleiras...

E no campo moral? Como é a nossa participação?

No campo da moral não é diferente. Quando surgi a vontade de gozar alguns momentos de prazer, será que pensamos? No depois?

Quais serão as consequências do ato que desejamos realizar? Será que as suportaremos corajosamente, sem reclamar de Deus, nem jogar a responsabilidade sobre os outros?

Ouvimos diariamente companheiros nossos falar a respeito do vazio que sentem na intimidade e da consciência marcada pelos atos inconsequentes que praticaram durante a vida.

Alguns dizem que buscaram, na atividade profissional, tirar proveito de todas as situações. Arranjavam tudo com algum jeitinho, mas nunca haviam pensado nas responsabilidades do depois.

E quando o depois chega, ficam a lastimar pelos seus atos e atitudes que tiveram e que na maioria das vezes funcionou como a Lei de Gerson.

Dessa forma, antes de tomar qualquer atitude, questionemos a nós mesmos se ela é boa, é sensata por que, depois.

Porém há atitudes que tomamos que fazem bem ao coração e àqueles que são atingidos por elas.

Uma delas é a prática da caridade e do amor ao próximo e essencialmente à atitude de amarmos, e praticarmos a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

No livro Lindos casos de Bezerra, a grandes exemplos de atitudes que só fizeram bem. Uma delas vou passar a vocês contando a história.
O abraço de Dr. Bezerra de Menezes...
Um abraço em nome de Deus faz maravilhas!
Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das sessões públicas da Casa de Ismael, na Av. Passos - RJ.
Era uma terça-feira do mês de junho de 1896.
Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava nas almas de quantos encarnados e desencarnados lhe ouviam a evangélica dissertação sobre uma Lição do "Livro da Vida"!
Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de ouvintes como os do próprio orador.
Acabada a sessão, descera Bezerra com passos tardos, ainda emocionados, as escadas da Federação Espírita Brasileira.
E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se ferira alguém com sua palavra e que se isso fizera lhe perdoassem o descuido enquanto descia ia afagando a todos que o esperavam ávidos dos seus conselhos, do seu sorriso, do seu olhar manso e bom.
Já ao pé da escada, localizou um companheiro, de seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e amarrotada.
Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali estava um caso, todo particular, para ele resolver.
bem aventurados os que têm olhos no coração!

E Bezerra os tinha e tem!
Ele levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com atenção, o desabafo, o pedido.
- Dr. Bezerra, disse o companheiro, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos...

E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril.
Bezerra apiedado verificou se ainda tinha algum dinheiro.
Ele não o tinha, dava tudo aos que necessitavam...

Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do bonde...

Tornou-se mais apiedado e apreensivo.

Levantou os olhos já molhados de pranto para o Alto e, numa prece muda, pediu inspiração a seu anjo tutelar e solucionador de seus problemas.

Depois, virando-se para o companheiro, disse:

- Meu filho, você tem fé em Deus?

-Tenho e muita Dr. Bezerra!

- Pois então, em seu santíssimo nome, receba este abraço.

E abraçou o desesperado irmão, envolvente e demoradamente.

E, despedindo-se:

-Vá, meu filho, na paz de Jesus e sob a proteção do Anjo da Humanidade.

E, em seu lar, faça o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie no amor de Deus, que seu caso há de ser resolvido.

Bezerra partira.

A caminho do lar, meditava, teria cumprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e doente?

E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço.

Não possuía nenhum dinheiro.

O próprio anel de grau já não estava em seus dedos, Tudo havia dado. Não tendo dinheiro dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda da alma, ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara...

E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de um seu semelhante, chegou ao lar.

Uma semana se passara.

Bezerra não se recordava mais do sucedido.

Muitos eram os problemas.

Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas da Federação.

Ali alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na fisionomia toda a emoção do agradecimento, tocou-lhe o braço e diz:

-Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma hora. Daqui saí logo me sentindo melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos a Deus. Na água que bebemos e demos aos familiares, parece, continha alimento, pois dormimos todos bem.

No dia seguinte, estávamos sem febre e como alimentados... E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu meus problemas, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro!

O ambiente era tocante!

Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhecido.

E uma prece muda, de dois corações unidos, numa mesma força gratulatória, subiu aos céus, louvando aquele que é, em verdade, a porta de nossas esperanças, o advogado querido de todas as nossas causas!

Atitudes podem ser para o bem ou para o mal, elas nos atinge sejamos nós que as pratiquemos ou que sejam praticadas por outros, nisso esta clara o funcionamento de uma lei que não foi criada pelo homem, a lei de causa e efeito.

Devemos nos lembrar de que nos disse Jesus: “Fazei ao seu próximo tudo aquilo que quereis que façam a ti”

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